Resumo
O presente artigo traça uma breve comparação entre os contextos sócio-políticos da década de 60 do Século XX e o da contemporaneidade, a fim de verificar se realmente há uma apatia política entre os jovens dos dias atuais tal como esta opinião é difundida no senso comum. Nesse sentido, faz-se uma contextualização sócio-histórica da contemporaneidade mundial a partir de uma revisão de literatura sociológica, à qual se acrescenta algumas especulações de cunho filosófico. Objetiva-se, desse modo, demonstrar a estreita ligação entre tempo e comportamento. Não obstante, a hipótese considerada é de que os jovens mantêm uma relação diferenciada com o mundo da política, mas esta relação persiste, obviamente, sem o mesmo vigor contestatório da década de 60 Œ vigor este devido mais à cultura política difusa do que ao engajamento massivo dos estratos juvenis em causas revolucionárias. O artigo discute, enfim, a influência do modelo social neoliberal e do valor difuso do consumismo no modo de ver o mundo dos jovens. Conclui-se que as transformações estruturais da economia mundial e as mudanças na cultura política das sociedades, bem como no modo de ser e estar no mundo dos
indivíduos, hoje, engendram, assim, uma nova relação Œ e um tanto quanto contraditória Œ da juventude com a esfera da política.
Palavras-chave: Juventude, Contemporaneidade, Cultura Política, Neoliberalismo.
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