Resumo
O presente artigo tem como proposta caracterizar o processo recente de reforma urbana da área do Comércio da Cidade Baixa de Salvador, observando o seu impacto sobre a lógica de sobrevivência dos trabalhadores informais. Visa-se identificar os critérios e mecanismos de controle para o cumprimento das regras, os quais são utilizados pela Prefeitura Municipal de Salvador, com a finalidade de ordenar a vida dos trabalhadores informais que executam suas atividades na área; bem como conhecer a rotina desses trabalhadores e de como se processa sua permanência no local em função do projeto da Prefeitura. Busca-se, também, entender qual o impacto do novo cenário urbano na espontaneidade e autenticidade do fazer, criar e inventar dos modos de ser da vida cotidiana e nas formas de execução do trabalho desses indivíduos. Dentre os trabalhadores de rua que ali estão situados foram escolhidos, para a análise da situação, os camelôs, também conhecidos como vendedores ambulantes, e os amoladores de objetos. Tais trabalhadores tentam sobreviver na rua, estando, porém, sujeitos a qualquer momento serem retirados do local, por conta do Projeto de Revitalização do Comércio. Observamos que em uma de suas ruas - Rua Riachuelo, local em que já houve um maior aprofundamento da pesquisa - a política de revitalização urbana produziu exclusão e afastamento dos personagens que compõem o cenário da vida cotidiana e identidade do Comércio da Cidade Baixa.
Palavras-chave: Requalificação Urbana, Cultura, Trabalhadores Informais.
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